domingo, janeiro 30

O TRANSATLÂNTICO RUBRO-NEGRO E A NAU PORTUGUESA

Ao passar incólume, após um ano navegando pelas turbulências de um mar completamente revolto, o transatlântico rubro-negro somente demonstrou, mais uma vez, sua força, poderio e grandeza. Felizmente, agora, as águas se acalmaram e a viagem segue com serenidade. Finalmente, os passageiros dão a impressão de estarem se comportando de forma condizente às suas responsabilidades. Passageiros? Sim, a verdadeira tripulação somos nós, que sempre levamos o barco. Os gestores, com seus mandatos, estão apenas de passagem.

Assim, nesta calmaria, vamos seguindo viagem em clima de festa. Até que, de repente, uma embarcação é avistada. Está descontrolada! Parece sem comando! Ao se aproximar, pode-se perceber que se trata de uma caravela portuguesa. Parece transportar cardumes de bacalhau. No descontrole, vários estão saltando de volta ao mar. O navio parece estar sendo abandonado. Passageiros e tripulantes também não se entendem. Está feia a coisa por lá. Enquanto, perigosamente a nau vem em direção ao nosso navio, nossa tripulação, acostumada ao choque contra barcos menores, segue em ritmo de tranquilidade.

O primeiro a pedir a palavra foi o Julio Cesar, direto de sua cabine, batizada com o nome de Tua Glória é Lutar que disse a todos que esse barco basco é fadado ao fracasso. A humildade, para ele, deveria ficar por conta do pessoal da Casa de Máquinas e os que cuidam das armas e munições.
- Em nossa condição de simples tripulantes é permitido avacalhar o adversário.

Gritos comemorativos passaram a ser escutados por todo transatlântico. No entanto, para conter um pouco a euforia antecipada o comandante Felipe Godinho, lá do espaço denominado Magnética RN, falou aos demais tripulantes:
- Cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém. 

Continuou dizendo que o nosso adversário deve estar esfomeado e as supostas avarias que, por caso fortuito, eles possam provocar em nosso navio certamente lhes devolverão um pouco da paz perdida. Mas, deixou claro sua confiança em nossa tripulação e a transmitiu a todos a certeza de que afundaremos o barco rival.

O final de sua fala voltou a ser motivo de comemoração. Não tem jeito! Nossa tripulação é eternamente otimista. Até nos piores momentos, então porque não seria numa hora como esta?

Foi, então, que a Dani Souto, lá na proa, também chamada de Primeiro Penta, pediu a palavra e disse que já teve, no passado, muito gosto de combater o navio português, mas que agora, diante de tamanha superioridade nossa, não tem mais qualquer graça. Ela não deixou de lembrar que a caravela costumava encher, mas que, a cada ano, mais e mais tripulantes parecem abandonar aquele barco.

E você que também é tripulante, o que achou? 

FLAmém!

Fonte: Igreja Flamengo

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